domingo, 21 de dezembro de 2008
"Na rua, Clara pensou em tudo aquilo, naquela dolorosa cena que tinha presenciado e no vexame que sofrera. Agora é que tinha a noção exata da sua situação na sociedade. Fora preciso ser ofendida irremediavelmente nos seus melindres de solteira, ouvir os desaforos da mãe do seu algoz, para se convencer de que ela não era uma moça como as outras; era muito menos no conceito de todos. (...) Num dado momento, Clara ergueu-se da cadeira em que se sentara e abraçou muito fortemente sua mãe, dizendo, com um grande acento de desespero:- Mamãe! Mamãe!- Que é minha filha?- Nós não somos nada nesta vida." Todas nós temos um pouquinho de Clara dos Anjos... salve Lima Barreto...
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